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10/01/13 - Lages terá voo comercial para São Paulo

Lages terá voo comercial para São Paulo

A Brava Linhas Aéreas é a empresa que está em negociação para operar a partir do Aeroporto Federal Antônio Correia Pinto

Dia 18 de fevereiro um avião Embraer EMB-120, vindo de Santa Maria, descendo em Lages e indo em direção a Guarulhos pode ser o primeiro em quatro anos a operar uma linha regular na Serra Catarinense. Ainda é necessária a aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a confirmação do serviço.

A Brava Linhas Aéreas está negociando a implantação do serviço na cidade há. A intenção é fazer uma linha que saia de Porto Alegre (RS), siga para Santa Maria (RS), passe por Lages e vá a São Paulo (SP). O diretor-presidente da empresa, Jorge Barouki, disse ao Diário de Santa Maria que a linha deve começar a funcionar em 18 de fevereiro.

A Brava é resultado da mudança de nome da NHT (empresa que, inicialmente operaria em Lages), mas que ainda precisa de aprovação da Anac para usar a nova razão social. A aeronave usada será uma Embraer EMB-120, com capacidade para 30 passageiros, que está em processo de homologação desde setembro.

Segundo o diretor de planejamento da empresa, Jeffrey Kerr, na próxima semana já se começa a discutir os preços tarifários para o funcionamento da linha. Ainda assim, a empresa depende de certificações da para que a linha comece a operar.

Segundo o diretor do aeroporto de Lages, Klaus Klinger, as negociações c estão adiantadas, mas são necessárias readequações no aeródromo. “Todas de pequeno porte”, garante. Uma delas é a resposta dos bombeiros em caso de acidentes e a permanência de um caminhão da corporação em decolagens e pousos. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, um documento já foi enviado à Anac sobre esta questão.

Jeffrey elogiou o aeroporto e os investimentos feitos no último ano. A intenção é criar uma oferta, para que a linha dê lucro. “O mercado precisa responder a essa expectativa”.

Sobre a Brava

Hoje a Brava possui quatro aeronaves e pretende chegar a dez ainda em 2013. No site, a empresa anuncia que pretende ficar entre as maiores empresas do setor, em cinco anos.

Jeffrey Kerr

Jeffrey Kerr é diretor de planejamento da NHT Linhas Aéreas. Ele falou ao Correio Lageano sobre a implantação de uma linha que levará os lageanos até São Paulo e sobre a mudança de nome da companhia para Brava Linhas Aéreas.

CL: Está confirmada a linha que sai de Porto Alegre, passa por Santa Maria, Lages e vai até São Paulo?

Jeffrey Kerr: Essa é a nossa meta. Queremos que o primeiro voo ocorra dia 18 de fevereiro, mas isso depende de alguns fatores, como a certificação da nossa aeronave EMB-120. Este processo está acontecendo desde setembro do ano passado, e dia 17 de janeiro deveremos ir atrás do pedido.

CL: A empresa já levantou se há demanda para sustentar a implantação da linha?

JK: Estamos gerando uma oferta para que haja demanda. A NHT já operou em Lages e não deu certo por alguns motivos. Pode ser por causa do preço da tarifa ou dos destinos. Desta vez vamos fazer a ligação com a principal economia do mercado brasileiro. A tarifa é uma questão que começaremos a discutir na semana que vem. Lages fez um grande investimento no aeroporto e esperamos que o mercado responda a nossa expectativa, a linha precisa ser rentável, se não a gente precisa parar.

CL: A mudança de nome da NHT para Brava, já está certa?

JK: Quase certa. Ainda precisamos de uma aprovação da Anac, mas isso acontece rapidamente. Com certeza pousaremos em Lages com o nome de Brava Linhas Aéreas.

1.441 à espera de uma linha regular

No dia 30 de janeiro de 2009 um voo vindo de Joaçaba pousou em Lages para pegar passageiros. O avião decolou em direção a Florianópolis às 11h40min. Foi a última vez que a cidade recebeu um voo regular aérea.

A empresa NHT operou na cidade por pouco menos de dois anos. Queria uma frequência de 10  passageiros diários, mas conseguia apenas quatro. Segundo relatório da Anac, passaram pelo aeroporto de Lages 5.681 passageiros (contando voos fretados). Para fazer uma comparação, Joaçaba teve 16.531 passageiros e Caçador 39.110.

A linha que passava por Lages era leste-oeste, ligando Chapecó a Florianópolis. Nos relatórios da Anac, há dezenas de voos em Lages que foram marcados e posteriormente cancelados.

Este período de dois anos sucedeu um hiato de mais de cinco anos sem voos regulares na cidade. O último foi um voo que passou por Porto Alegre, Passo Fundo, pousou em Lages no dia 23 de maio de 2002 e seguiu para São Paulo. Assim como 2010, é possível constatar dezenas de voos marcados e cancelados, desta vez pela empresa Ocean Air (então subsidiária da Rio-Sul).

O fim da década de 90 foi trágico para os voos regionais. Aeroportos como o de Blumenau (que era tão movimentado quanto o de Lages), Caçador e Criciúma minguaram. Em 2001, a Rio-Sul decidiu não operar mais em Lages porque não havia onde abastecer suas aeronaves.

A Rio-Sul, que pertencia à Varig, foi uma das responsáveis pelo auge das operações em Lages. Quando o aeroporto ainda funcionava onde hoje é a Uniplac, a cidade chegou a ter 14 voos de linha por dia.

Entre os aviões mais modernos a pousarem em solo lageano, destacava-se o Fokker 50 e um Boeing 727 que veio trazer uma peça para a Embratel. Hoje a pista não suporta aeronaves grandes por conta de um encurtamento causado pela construção de um barracão que é considerado obstáculo pelas agências reguladoras de aviação.

Fonte: Correio Lageano