Militares da FAB fizeram inspeção nesta terça-feira e devem emitir um relatório ainda esta semana
Foto: Vani Boza / Agencia RBS
Companhia aérea planeja voos diários para Florianópolis e São Paulo a partir de 7 de fevereiro.
Um dos maiores municípios de Santa Catarina está prestes a voltar ao mapa aéreo brasileiro para reforçar a sua importância logística e econômica no Sul do país. Lages, na Serra, acerta os últimos detalhes para voltar a receber, em pouco mais de dois meses, voos regulares após mais de quatro anos, quando a última aeronave comercial aterrissou na cidade.
Depois de passar por uma revitalização completa, com investimentos de R$ 1,5 milhão do governo do Estado na pista e mais R$ 600 mil da prefeitura no terminal de passageiros, o Aeroporto Antonio Correia Pinto de Macedo foi homologado em outubro pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e vistoriado nesta terça-feira por militares do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão ligado ao comando da Aeronáutica e ao Ministério da Defesa.
A vistoria não pôde ser acompanhada pela imprensa, mas segundo o administrador do aeroporto, Henri Baraillon, os militares inspecionaram questões técnicas relacionadas aos sistemas de meteorologia e comunicação e à estrutura do local como um todo. Henri garante que os inspetores gostaram do que viram e podem emitir um relatório sobre a vistoria ainda esta semana. Tão logo isso ocorra, o aeroporto será automaticamente liberado para os voos.
A companhia com maior possibilidade de atuar em Lages neste momento é a NHT, que estaria apenas aguardando a liberação do aeroporto para iniciar, a partir de 7 de fevereiro, as operações com voos diários saindo bem cedo de São Miguel do Oeste e fazendo escalas em Concórdia e Lages até Florianópolis, de onde se poderá fazer conexões por outras empresas.
Conforme reportagem publicada no dia 15 de agosto pelo Diário Catarinense, a NHT pretende oferecer ainda o serviço ligando Lages a São Paulo. A empresa ainda realiza estudos, mas a meta é que uma demanda histórica de Lages seja atendida com um voo direto para a maior cidade do Brasil todos os dias em aviões com capacidade para 30 pessoas e velocidade média de 500 quilômetros por hora, o que possibilitaria uma viagem de aproximadamente 1h20min.
A última companhia a operar voos de Lages a São Paulo foi a Ocean Air, há mais de 10 anos. Há oito meses, a Trip confirmou o interesse em Lages, mas não adiantou possíveis rotas e data para início das operações. As negociações com a prefeitura, porém, não evoluíram.
Em agosto, os horários da NHT ainda não estavam definidos, mas o diretor de Planejamento, Jeffrey Kerr, garantiu que a grade atenderia às necessidades dos passageiros, já que mais de 90% viajam a trabalho, e que as passagens custariam “preços justos e com valor de mercado”.
Nesta terça-feira, o DC não conseguiu contato com ele ou com o presidente da companhia, Jorge Barouki. Mas o administrador do aeroporto de Lages, Henri Baraillon, diz que a NHT está preparando algumas aeronaves adquiridas recentemente para que os voos sejam operados a partir de 7 de fevereiro do próximo ano, ou seja, daqui a pouco mais de dois meses.
Meta é dobrar a atual quantidade de voos em seis meses
Localizado às margens da rodovia federal BR-282, já no perímetro urbano da cidade, o aeroporto de Lages tem uma pista de 1.530 metros de comprimento por 30 de largura, e pode receber aviões de até 25 toneladas, com capacidade para 60 passageiros.
A última companhia a atuar na cidade foi a própria NHT, que operou voos diários em uma rota que incluía Florianópolis e Criciúma em voos realizados a partir de setembro de 2007 em aviões com capacidade para 19 pessoas. Lages foi excluída um ano depois por falta de passageiros. Florianópolis e Criciúma foram retiradas em 2009 pelo mesmo motivo.
Desde que a NHT encerrou as atividades em Lages, no fim de 2008, o aeroporto da cidade recebe apenas voos fretados. Atualmente, são cerca de 270 por mês. Com o retorno dos voos regulares, a meta é dobrar esta quantidade em seis meses, segundo o administrador do local.
Outra cidade que já foi contemplada pela NHT é Navegantes, mas os serviços foram cancelados há mais de cinco anos porque a linha que ligava a Caxias do Sul (RS) e Curitiba (PR) também não tinha demanda. Atualmente, em Santa Catarina, a NHT opera em Caçador, Chapecó e Joaçaba, além de outras 12 cidades do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
Fonte: Diário Catarinense