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05/05/11 - Aeroporto Regional vira uma novela e as obras já duram nove anos

Aeroporto Regional vira uma novela e as obras já duram nove anos
Prefeito de Correia Pinto, Vânio Forster

Em 2006, o administrador de aeroporto Alcides Carneiro defendia melhorias de infraestrutura no aeroporto de Lages. Dizia que as obras do Aeroporto Regional iriam demorar no mínimo cinco anos. Cinco anos depois se conclui: Alcides Carneiro tinha razão.

E só não está mais atrasada a construção na localidade de Águas Sulfurosas, porque a empresa Prumo está pagando do próprio bolso os operários. Desde 2009, o governo do Estado se bate para tentar honrar o contrato de R$ 4.808.506,00. E não conseguiu repassar mais que 50% do valor até agora. Se fosse cumprido com o convênio e o cronograma da obra, em abril passado o aeroporto estaria com a etapa atual pronta.

Cansado de esperar, mas não desacreditado, o prefeito de Correia Pinto, Vânio Forster, disse que até final deste ano o terminal de passageiros, a rede de água, a estação de tratamento de esgoto, a subestação de energia elétrica, rede de telefonia e os serviços externos complementares estarão prontos. O que o torna otimista é o fato de empresários da região do Alto Vale, entrarem na briga pela construção do aeroporto.

“Era para ter parado a construção ano passado. Mas o diálogo prevaleceu. Deu certo o projeto político do governador Colombo e foi feito o possível para não paralisar a obra. A Prumo só não abandonou a execução, por amor à camisa. Já chegou a ter 60 operários e mantém apenas 13 no canteiro de obras”, comenta Vânio Forster.

Assim como Alcides Carneiro, o prefeito enxerga no Aeroporto Regional, um futuro que poucas pessoas visualizam. E fala de ampliações antes mesmo da conclusão do básico. “Como este é um aeroporto regional, a pista que tem 1.800 metros precisará ser ampliada para algo em torno de 2.200 metros para comportar aviões de grande porte”, comenta.

Cauteloso, o diretor da Prumo, César Schwendler, informou que o cronograma de execução do aeroporto está sendo cumprido. “O que aconteceu foi uma alteração que desacelerou a obra. Mas, até final deste ano teremos cumprido o contrato assinado em 2009”, desconversa César Schwendler. Ele evita muitos comentários e observa que os repasses do governo do Estado estão sendo feitos conforme a medição de obra executada.

Mas deixou escapar a informação de ter recebido até agora, apenas 50% do que foi contratado. César Schwendler admite que daria para acelerar o ritmo da construção e frisa que isso depende do governo em repassar mais recursos. “O ritmo atualmente é determinado pelo volume de recursos. O que falta por completo, ainda, é a estação de tratamento de esgoto e a rede de água”, revelou.

O que ficou certo na última reunião, há duas semanas em Florianópolis é que o governo do Estado colocará em dia os pagamentos à Prumo. Ficou constado, inclusive em ata, que até final de junho, a Celesc vai remover a rede de alta tensão que está próxima de uma das cabeceiras da pista do aeroporto. São dez postes que precisarão ser deslocados. Esta ação está orçada em R$ 1.6 milhão.

Dentro dos novos prazos, o Deinfra abrirá licitação até meados de junho para pavimentar o acesso da BR-116 até o aeroporto. Também serão licitados os equipamentos de segurança de voo. O que preocupa o prefeito é que há 13 anos, o aeroporto está em construção.

Aeroporto Regional pode agilizar asfalto da SC-424

A construção do Aeroporto Regional implicará, inevitavelmente, em outras obras de infraestrutura. Uma delas poderá ser a pavimentação da SC-424, que liga Otacílio Costa a Ponte Alta.

Denominada rodovia do Travessão, a SC-424 possui exatos 34,3 quilômetros e será um dos elos do chamado Anel da Madeira. Há mais de dez anos é ventilada a possibilidade de pavimentar aquele trecho entre a SC-425 e a BR-116. O asfaltamento reduziria em mais de 50 quilômetros, a distância entre Rio do Sul e Correia Pinto, onde deverá operar o Aeroporto Regional.

Para as unidades da Klabin de Otacílio Costa e Correia Pinto, a pavimentação da SC-424 significaria encurtar distância e baratear custos de transporte e da cadeia produtiva do pinus. O diretor industrial da Klabin de Correia Pinto, Sadi Oliveira, disse que o trânsito de caminhões aumentaria significativamente naquele trecho.

“Seria uma rodovia estratégica para a Klabin. E para todos que possuem áreas reflorestadas naquela região. Há muitos pequenos produtores que ganhariam com isso”, comenta Sadi Oliveira. Uma outra possibilidade para encurtar a distância até o Aeroporto Regional seria a pavimentação de uma rodovia intermunicipal entre Palmeira e Correia Pinto, denominada de Farinha Seca.

Fonte: Correio Lageano - Fotos: Deise Ribeiro